Afastamento de Renan do Senado deixa impeachment ainda mais frágil
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Caso Janot consiga mesmo afastar Renan, a questão do impeachment da presidenta Dilma se fragiliza ainda mais. As sessões de votação do processo na Câmara e no Senado podem inclusive ser anuladas
Da Redação
O procurador-geral da república Rodrigo Janot estuda pedir ao STF que afaste Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado e do Congresso Nacional. Tal medida deixaria Renan na mesma situação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado da Câmara dos Deputados.
Segundo o Portal 247, o motivo seriam as gravações de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro; numa delas, Renan se refere a Janot como "mau caráter".
As informações são do jornalista André Guilherme Vieira, do Valor. Vieira destaca que "o entendimento é que o senador estaria utilizando o cargo para obstruir a Justiça. Renan figura como investigado em 12 inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF)".
Caso Janot consiga mesmo afastar Renan, a questão do impeachment da presidenta Dilma se fragiliza ainda mais. As sessões de votação do processo na Câmara e no Senado podem inclusive ser anuladas.
Sobre isso, o advogado constitucionalista Frederico M Sanches faz algumas ponderações acerca da defesa de Dilma. Ele diz que é possível alegar que tanto na Câmara como no Senado (na hipótese do afastamento de Renan), as sessões foram comandadas por parlamentares altamente suspeitos de conduzirem o processo apenas para defenderem interesses pessoais, e não os reais desejos da Nação.
"Essas sessões devem portanto ser anuladas. Afastados por corrupção não têm qualquer legitimidade para conduzir um processo de impeachment", conclui o advogado.