Com o tempo, estresse da sala de aula pode levar professores a se viciarem em álcool e antidepressivos, aponta pesquisa
Imagem: pixabay
Por Camilla Passos, Brasília | Segundo informações da HEALTH MAGAZINE, revista especializada em artigos de saúde, os professores estão entre os profissionais mais propensos a problemas de depressão. Cobranças em excesso, falta de valorização e muito trabalho estão na raíz do problema, diz a publicação.
Por outro lado, segundo pesquisa apresentada no V Congresso Paraense de Gastroenterologia, entre 76 docentes entrevistados do Ensino Médio, 56,57% declararam usar álcool. Destes, 53,48% disseram que bebiam de forma moderada; 39,53% disseram beber pouco; enquanto 6,97% declararam beber muito. Levantamento envolveu professores de escolas públicas e privadas.
Tais dados vão ao encontro de outro estudo feito pela psicopedagoga paulista Modestina B Assunção. Modestina divulga dados preliminares de um estudo que realiza sobre o uso de álcool e antidepressivos por profissionais de sala de aula da educação básica que atuam nas redes públicas de ensino. "Chega a ser alarmante como um grande número de educadores, com o passar do tempo na profissão, tende a recorrer à bebida e a remédios para enfrentar os dissabores do ofício", diz.
Segundo o estudo da psicopedagoga feito até aqui, dos 100 professores consultados, 69% disseram que tomam álcool regularmante. Deste percentual, cerca de quase 1/3 considera que bebe demais.
Em relação ao uso de antidepressivos, a pesquisa é também muito preocupante. Do total de entrevistados, 59% disseram que usam ou já usaram calmantes por conta do estresse da sala de aula. Destes, 71% declararam que já buscaram ajuda de psicólogos ou psiquiatras.
A pesquisadora Assunção diz também que entre professores que atuam nas escolas mas em funções administrativas o problema é bem menor. "De 50 profissionais que consultei, apenas 4 (2%) reconheceram que têm problemas com bebiba, enquanto somente 3 (1,5%) afirmaram fazer uso de antidepressivos", conclui a pesquisadora.