Escolas públicas saem mal no Enem e governo diz que falta mais empenho dos professores
Imagem: Agência Brasil
Por Fábio Assunção, Brasília | Segundo o MEC, 91% das escolas públicas ficaram abaixo da média do Enem 2015. Dados sobre os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio foram divulgados hoje (04.10) e repercutem bastante na imprensa de todo o país.
Para tentar justificar o fraco desempenho do setor público nesse exame, o ilegítimo governo Temer diz que falta mais empenho dos professores, em particular nas redes estaduais e municipais de educação.
"Os professores querem tudo mas se esforçam pouco", dizem assessores do MEC nos bastidores de Brasília.
A verdade é outra, porém. A escola pública não é prioridade de Michel Temer e de seu ministro Mendonça Filho, porta-voz do ensino privado do país. Temer sempre foi bastante contrário a que os governos Lula e Dilma investissem mais no setor educacional público brasileiro.
Não à toa, o presidente golpista editou a PEC 241, que congela gastos com a educação por vinte anos. Tudo estará atrelado apenas à inflação oficial do ano anterior. Ou seja, o remédio adotado pelo governo é o corte de verbas na área, o que só pode é piorar ainda mais os resultados das escolas públicas no Enem daqui para frrente.
Em comparação, segundo a Folha, "De 2008 até a presidenta Dilma sair as despesas definidas na legislação como manutenção e desenvolvimento do ensino aumentaram 117% acima da inflação - e em 2015 superaram em 28% o mínimo hoje obrigatório pela Constituição, equivalente a 18% da receita dos impostos".
Para o professor doutor pela USP Jânio B Constantino, maior eficiência das escolas públicas em exames nacionais só virá com investimentos maciços no setor, inclusive na valorização dos profissionais do magistério. "Temer deveria era revogar medidas que diminuam gastos com educação. Atacar professores só agrava os problemas no Enem", diz.