Especial: Jornada de 60-80 horas de trabalho semanais é para ser adotada já a partir de 2017

10/07/2016 00:13

Por Larissa Fontenele e Bruno Carvalho, Brasília - Especial para o Mídia Popular | O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, discutiu em encontro com o interino Michel Temer (PMDB) na sexta-feira (8) mudanças na legislação trabalhista brasileira. 

Braga citou o exemplo da França, onde o governo quer aumento da jornada para até 60 horas semanais, algo que os franceses rejeitam em massa e estão nas ruas contra tal medida. Mas o chefão da CNI foi além e falou em jornada de 80 horas por semana. 

Robson Braga falou também que está ansioso para que Temer adote logo medidas "duras, modernas e difíceis" para a economia, quer dizer contra os trabalhadores. A ideia é começar a aplicar a jornada de 60-80 horas já a partir de 2017 na iniciativa privada. No setor público, o governo deve estudar em curto espaço a melhor forma de também aplicar a nova regra, comentou um auxiliar do Planalto.

Pelo o que a chamada "grande imprensa" noticiou depois, o presidente da CNI cometeu um 'lapso' e defende mesmo é a jornada de "apenas" 60 horas semanais de trabalho. Ou seja, segundo comentários da própria equipe econômica de Temer, serão acrescidas "somente" mais quatro horas diárias de labuta às oito já existentes.

Desculpa

A desculpa apresentada na discussão é a de que o "Brasil precisa se modernizar" para "superar a crise econômica". Mera falácia. O que pretendem mesmo é elevar os já altíssimos lucros do grande empresariado. Das sessenta grandes empresas que vendem ações na Bolsa de Valores de São Paulo, todas mantiveram seus lucros ou até mesmo os elevaram entre 2014 e 2015, auge da 'crise'. Dado é da empresa de Consultoria Economática. Da mesma forma ocorreu com bancos e grande indústria em geral.

Como seria

Caso Temer e o alto empresariado consigam adotar tal política no país, o Brasil andará para trás e será regido por leis trabalhistas que em muito se assemelham ao que existia na época da escravidão. Para os antiabolicionistas, como se sabe, o trabalhador precisa receber apenas a comida necessária para manter-se ativo no trabalho. E o tempo de descanso deve ser mínimo, apenas o necessário para que se mantenha de pé.

Pelas leis atuais, o trabalhador brasileiro já cumpre a alta jornada de 44 horas semanais de trabalho, sendo que destas, quatro aos sábados. Pelo que discutem Temer e os empresários, para que se chegue às sessenta que defendem seria preciso acrescentar mais tempo de segunda à sexta e/ou mais tempo também aos sábados. A vida do trabalhador vai virar um inferno. Isto sem falar que crescerá o desemprego, pois um único trabalhador fará o trabalho de no mínimo dois operários.

Greve Geral

As centrais sindicais de luta, o MST e todos os movimentos sociais já estão com uma Greve Geral em discussão, para combater tal tipo de política. O golpista Michel Temer e todos os seus aliados escravocratas certamente serão derrotados nas ruas.

 

 

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