Retardar aposentaria pode levar professores a adquirir e/ou agravar mais doenças, alerta médico
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Por Camilla Torres, Brasília | O presidente golpista Michel Temer anunciou que até dezembro deste ano pretende enviar ao Congresso projeto que impõe idade mínima de 65 anos para aposentadoria no país, para homens e mulheres. Medida, segundo alega a equipe econômica do governo, visa evitar que a previdência "quebre" num futuro próximo.
Caso tal reforma passe, uma das maiores vítimas serão os professores, que perderão a aposentadoria especial a que hoje têm direito. Pelas normas em vigor, os docentes se aposentam cinco anos antes dos demais trabalhadores, para compensar o enorme estresse que enfrentam no dia a dia da sala de aula.
Segundo o Dr. Franklin G Albuquerque, do Rio de Janeiro, mais tempo de serviço pode criar situações bastante delicadas aos professores. "Muitos correm o risco de ter que ir trabalhar em cadeira de rodas", alerta. O Dr. Franklin atende há muito tempo educadores vítimas de doenças provocadas pelo desgaste da sala de aula. (Ver quadro no final da matéria).
Leia abaixo trechos de entrevista que nos concedeu:
Mídia Popular: Por que a reforma proposta pelo governo torna tão sombrio assim o futuro dos professores brasileiros?
Dr. Franklin: O exercício da docência no Brasil é uma das atividades laborais mais desgastantes que existem. Professores estão sujeitos a sérios problemas nas cordas vocais, coluna, coração, distúrbios psíquicos, dentre outros. Hoje já é extremamente difícil um profissional passar 25 anos em salas de aula superlotadas e sem qualquer conforto. E pelo que o governo está propondo esse tempo pode se estender para 40 anos ou até mais. Ninguém aguentará. Muitos correrão o risco de ter que ir para as escolas em cadeiras de rodas. Não é exagero, é realidade.
Mídia Popular: O que os professores devem fazer para se adaptar às novas medidas, caso sejam aprovadas?
Dr. Franklin: Na minha opinião, os professores devem é lutar para impedir que essa reforma da previdência seja aprovada tal como quer o governo. É preciso manter a aposentadoria especial e defender é uma redução no tempo de sala de aula. Adaptar-se ao que o governo está propondo pode significar mais sofrimentos para os educadores, sobretudo na velhice.