Super PDV ou fim da estabilidade do funcionalismo é meta após consolidação do impeahment
Imagem: Agência Brasil
Por Samara Passos e Fábio Lucena, Brasília | A equipe econômica do governo interino Michel Temer estuda aplicar um super Programa de Desligamento Voluntário no funcionalismo de todo o pais para reduzir o tamanho do Estado e "combater" a crise econômica. A União deve bancar o PDV no setor federal e emprestar dinheiro para que estados e municípios possam também viabilizar o programa.
Ha no entanto divergências no Planalto. Alguns defendem que a redução do Estado seria mais eficiente com a quebra da estabilidade dos servidores, que passariam a ser contratados e demitidos pelas mesmas regras da iniciativa privada. Alegam ainda os divergentes que a quebra da estabilidade seria bem menos onerosa que um 'super PDV' nacional, que certamente teria um custo bilionário. Há também uns mais 'radicais' que pregam a combinação das duas políticas. Informações são de um assessor parlamentar da Câmara afinado com o governo.
Por enquanto, Temer e sua equipe ja começaram a desmontar a Petrobrás e abriram um PDV para reduzir quadro de pessoal de empresas à venda. Segundo o Estadão (26.07), "será o segundo PDV realizado pela petroleira só este ano. Com o primeiro, a companhia espera desligar até 12 mil funcionários e economizar R$ 33 bilhões em quatro anos". O PDV nacional e/ou a quebra da estabilidade, contudo, entrarão na pauta somente se o impeachment for consolidado no Senado e Temer se mantiver na presidência da república.
Resultados negativos
A aplicação de PDVs no Brasil trouxe resultados muito negativos para a maioria dos que aderiram a esse tipo de programa. Segundo a cientista social Tálita M Negreiros, de Belo Horizonte, cerca de 78% dos que são atingidos por tal política acabam tendo vários tipos de problemas, como piora em médio prazo de suas qualidades de vida, dissolução famíliar e até um considerável número de suicídios.
Quanto à quebra da estabilidade, a Dra Talita opina que isto poderá ser também muito danoso para o funcionalismo. "Que tipo de servidor terá paz sabendo que a qualquer hora poderá perder seu emprego?", indaga a pesquisadora.
A Dra Talita informa por fim que em todos os lugares onde foram aplicados PDVs não houve em médio prazo melhora das contas públicas dos mesmos. Ela cita o caso do Piauí, onde o ex-governador Mão Santa aplicou um PDV que levou muita gente ao suicídio e esse Estado continua bastante endividado.