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"É preciso compartilhar ao máximo qualquer proposta que pressione o governo a criar medidas que corte dinheiro de onde realmente pode cortar, ou seja, da alta cúpula dos três poderes. PEC 241, nem pensar", diz o dentista
Da Redação | Segundo o dentista Segisnando B N de Macedo, o governo Temer deve criar coragem e propor PEC é para cortar gastos dos políticos e alto escalão dos três poderes. "É preciso enxugar ao máximo mordomias de presidente, ministros, governadores, senadores, desembargadores, juízes, deputados, prefeitos, vereadores, enfim, de quem ganha muito dinheiro", diz.
Macedo é especialista em saúde pública e atualmente participa de discussões acadêmicas sobre os rumos do setor público na América Latina.
"É inaceitável que, por exemplo, apenas em gastos com a Câmara dos Deputados o país desembolse mais de um bilhão de reais por ano e os parlamentares ainda querem mais aumentos. Como querer convencer o povo a aceitar a PEC 241, que corta gastos da saúde e educação e arrocha salários de professores e demais funcionalismo?", questiona.
O especialista diz ainda que é no mínimo um deboche o governo falar em cortes de gastos públicos quando, por exemplo, dois de seus principais ministros (Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima) se aposentaram precocemente "sem dar um prego numa barra de sabão" e ainda acumulam supersalários pagos com o suor do povo brasileiro.
Macedo se refere a uma denúncia do PSOL, feita na Folha de S. Paulo, dia 23 deste. O texto diz que Padilha (Fazenda) recebe R$ 19,4 mil de aposentadoria da Câmara mais o salário de ministro de R$ 30,9 mil. Geddel, 57 anos, recebe um pouco mais da Câmara, R$ 20,4 mil e, com a verbinha de ministro chega a R$ 51,3 mil. "E o governo quer cortar gastos é na carne do povo?", indaga.
Outro ponto levantado pelo dentista refere-se às mordomias do alto escalão do Poder Judiciário em todo o país. "Juízes e desembargadores ganham verdadeiras fortunas, se comparadas suas remunerações aos valores médios dos proventos de outros servidores públicos de mesma escolaridade", afirma.
Sobre isso, matéria do G1, de 25 de janeiro de 2012, afirma por exemplo que "desembargadores do Rio chegam a ganhar 640 mil reais num mês". Bagatela se refere à soma do salário-base mais as chamadas "vantagens eventuais".
Por fim, sugere o dentista que o povo deve compartilhar ao máximo qualquer proposta que pressione o governo a criar medidas que corte dinheiro de onde realmente pode cortar, ou seja, da alta cúpula dos três poderes. "PEC 241, nem pensar", conclui.